domingo, 5 de maio de 2013

Quando a natureza chama e você não consegue dizer NÃO!

Há ocasiões em que a vida quer nos sacanear e como diria Josef Climber, a vida é uma caixinha de surpresas. E nesse dia em questão ela quis me dar um belo motivo pra desejar o suicídio.


O que aconteceu nesse dia foi realmente algo do tipo que nos perguntamos "Por que comigo?". Estava voltando de um dia de trabalho cheio e muito chato. Na época eu não tinha carro e queria economizar o dinheiro da passagem pra alguma outra ocasião e decidi ir a pé pra casa. Minha casa não fica muito longe do trabalho, uns 20 ou 30 minutos andando e logo chego no meu destino.

Enquanto andava tranquilamente, pensando na vida e o que eu poderia fazer naquela noite, minha barriga começa a dar sinais de distúrbios intestinais. Na hora pensei: -"Puta que o pariu, agora não!"...

Continuei andando e acreditando que em algum momento daquela caminhada aquela sensação de desespero se tornaria em flatulência e que logo se dissiparia com o vento. Trocando em miúdos, pensei que seria apenas um peidinho maroto e continuei a andar. Acontece que com mais da metade do caminho percorrido, comecei a suar frio e percebi que a possibilidade de libertar aquele peidinho maroto era remota, ou seja, se eu ousasse relaxar meus músculos, minha vida se tornaria uma tragédia das mais brutais.

Serrei os "dentes" e fiz força pra ter pensamentos leves e felizes, tomando cuidado para que a força estivesse apenas em pensamento. Suava frio e os 15 minutos de caminhada restante se tornaram uma, duas, três horas...

Em um momento específico da caminhada desesperada, comecei a fechar as pernas com a esperança de que com isso pudesse construir uma barreira intransponível para aquilo que mais parecia um trabalho de parto, mas as contrações e barulhos em meu âmago só se intensificavam. Senti uma pequena escapa e meus olhos se arregalaram. Senti medo e senti aquela sensação tenebrosa que tudo havia terminado, mas felizmente estava errado.

Sentei na porta de uma loja que já havia fechado. Passava das 18:30 e estava escuro. Enquanto continuava sentado, tentava me agarrar a uma pequena esperança de que todo meu tormento iria passar, como um milagre abençoado. Pedi a Deus, juro que pedi para que tudo passasse e que eu conseguisse chegar em casa logo... Nunca me amaldiçoei tanto por ser pobre e ter que economizar o dinheiro da passagem. Se tivesse pego um ônibus, já estaria em casa a muito tempo.

Foi quando vi uma luz no fim do túnel. Avistei uma pequena doceria que fica próximo a minha casa. Costumo frequentá-la pra tomar um café ou tomar um sorvete e sei que lá existe livre acesso aos banheiros. Juntei forças e andei cambaleando até lá. Tive que parar em um sinal pra chegar, e aquele minuto esperando o sinal abrir pra mim parecia não terminar nunca.

Atravessei a rua, entrei na doceria e não vi nada nem ninguém. Entrei rapidamente no banheiro, fechei a porta e quando finalmente consegui me desvencilhar da calça...
Foi uma sensação difícil de se descrever. Algo entre o paraíso e o inferno... 

Saí daquele banheiro suado e feliz. Acima de tudo aliviado, muito aliviado! Fui até o balcão, comprei um suco pra disfarçar e fui embora. Depois dessa experiência, minha vida nunca mais foi a mesma...

Moral da história: Não faça economias burras, se não você pode acabar todo cagado!

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